levante

textos sem sentido e outros

sábado, julho 21, 2007

a Hora

Já por duas vezes este blog teve interrupções relativamente longas. A primeira devido a causas sentimentais: toda a gente sabe que sentir coisas (para não dizer sentir sentimentos) pode ser um problema gravíssimo para os seres humanos; descobri que essas coisas estavam a ridicularizar a minha escrita e decidi parar por uns meses. A segunda devido a causas profissionais: durante o estágio no ensino secundário, a sobrecarga de tarefas e a minha desorganização temporal nem sempre permitiram a respiração, quanto mais a escrita bloguística.
Nenhuma dessas causas pode servir de justificação para a paragem que agora se inicia. Talvez, apenas, o cansaço e a sensação aguda de que algo se esgotou neste blog e de que o tempo está maduro, pronto para novas colheitas. Talvez, também, o receio do novo momento de transformações e indefinições que se avizinha, o receio de em breve vir a escrever (de novo nas entrelinhas…) sobre as cidades e as pessoas que se aproximam e afastam. Talvez, ainda, a serenidade de um dever cumprido ao longo de quatro anos, um dever egocêntrico mas sem grandes pretensões, um jogo de escrita e dissimulações nem sempre compreendido, um dever para comigo mesmo que alguns amigos acompanharam e aos quais agradeço a atenção.
Deverei regressar em breve, e muito provavelmente com um outro blog que aqui será anunciado na devida altura.
Mas agora chegou a hora de parar e sair.