levante

textos sem sentido e outros

domingo, junho 03, 2007

intertextualidades

A SEGÓVIA

Muita segóvia batem estes almas do diabo
no escuro da cama
lépidas mãos sob a coberta os solitários

mas eu que os via e fui deles parte peço
piedade quanta haja para quem
deixou a mulher longe piedade para as fotos
desnudas os calendários sexy peço um pouco
de piedade isto chama-se Nambuangongo
não podendo ser de outro modo o que fazem no escuro
ocultam nas cartas como se quisessem deixar antes dito

sabes lá tu o amor
piedade para o desvio natural para a garganta
seca depois da emboscada

sul cuor della terra (Quasimodo)
ognuno sta solo sul cuor della terra
naquele terceto ao pôr-do-sol

os solitários da segóvia da mata


Poema de Fernando Assis Pacheco escrito em 1973, in Lote de Salvados (incluído na antologia A Musa Irregular)

1 Comments:

  • At 12:30 da tarde, Blogger mj said…

    "naquele terceto ao pôr do sol". Magnífico. O meu Martini em eneassílabo on the rocks, se faz favor.

     

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