levante

textos sem sentido e outros

sábado, fevereiro 17, 2007

estética do desaparecimento

Havia uma mulher (ou seria um homem?) que trabalhava junto da fronteira com Espanha, ali onde a fronteira é um rio. Ao subir ao terceiro andar do seu local de trabalho, o homem (ou a mulher) espreitava sempre pela janela, da qual conseguia ver o rio, a outra margem, a ponte. Num dia igual a tantos outros decidiu ir encher o depósito do carro ao outro lado, coisa banal e nada surpreendente se não estivesse assente numa mentira profunda. É que o depósito não estava vazio e nem o homem-mulher parou na primeira estação de serviço junto à fronteira. Algo o chamava, um canto de sereia, disseram alguns, mas o certo é que continuou a sua marcha inexorável pelas autoestradas. E nunca mais voltou. Até desaparecer da vista e da memória.

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