levante

textos sem sentido e outros

sábado, fevereiro 03, 2007

da falência dos dias

É tarde. O sol já não existe. Os vultos caminhantes parecem seres humanos que recolhem aos vultos que parecem carros. A humidade. As máquinas fotográficas já não encalham no crepúsculo de postal (o gosto é um conceito, por vezes uma virtude). É tarde. Emparedado entre a areia e o horizonte, o mar sufoca. A escuridão existe e é negra como a noite. As pessoas estrangeiras estranham o estado do tempo. E se chovesse? E se os minutos se estendessem pela praia, preguiçando sob o lento discorrer de uma tarde indecisa?