levante

textos sem sentido e outros

sábado, novembro 04, 2006

entre a tempestade e a bonança

Ontem, após a trovoada e o silêncio que esta impõe quando passa sobre as cabeças humanas, as ruas geométricas eram pequenos canais de água e os carros que passavam eram barcos a projectar ondas contra a costa dos passeios onde as pessoas procuravam o lugar menos fundo para atravessar.
Ontem, o comboio deslizava para poente como se procurasse um abrigo da tempestade, e não foi preciso muito tempo, talvez umas dez páginas de livro, para o encontrar verdejante e refulgente, com o céu azul e breves nuvens, com aquele tom de prata e cobre: o Outono.

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