segunda-feira, lisboa
De preferência, entra-se na cidade por uma ponte. O terminal dos comboios desemboca numa avenida. Do lado esquerdo do passeio há uma feira que parece ter parado no tempo; as marcas de ruína fazem parte da decadência do lugar e seduzem os espíritos melancólicos. Apetece deambular, mas a fome aperta. Caminha-se de olhos no ar, como todos os olhos que se sentem estranhos. Um louco denuncia os forasteiros: “É por ali! É por ali!” E de facto era por ali. São horas de almoço. Anda-se, normalmente cumpre-se as ordens dos semáforos. Os olhares não precisam de se tocar, está-se numa grande cidade, local onde as pessoas sabem perfeitamente a função que têm de cumprir. Sozinhas. Está-se na grande cidade que atrai Portugal como um íman. Está-se por dentro do movimento aparente de haver um sentido nas ruas que sobem e descem as colinas em direcção ao Tejo. Mas não há sentido. Anda-se, cumpre-se a vida onde se promete que a vida pode ser melhor.
3 Comments:
At 1:40 da manhã,
Anónimo said…
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At 1:41 da manhã,
Anónimo said…
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
At 12:32 da manhã,
nrc said…
Sei que fui injusto e que Lisboa não são só as grandes avenidas onde os funcionários passeiam. Vê lá que até gosto da cidade! Não consigo é deixar de sentir uma certa estranheza e um certo desconforto... ou talvez a injustiça de lisboa ser a cidade para onde tudo conflui.
Espero por alfama
abraço!
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