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textos sem sentido e outros

quinta-feira, setembro 29, 2005

objectos técnicos

A relação que o homem mantém com os objectos técnicos é sem dúvida problemática e paradoxal. Por um lado toda a facilidade e utilidade de um mundo que de repente se torna mais simples, por outro lado toda a desconfiança e todo o medo da corrupção do humano. Mas tudo isto surge do facto dos objectos técnicos porem a nu a própria finitude do homem, esse ser que precisa de próteses, de máquinas, de tecnologia, de comunicação. Esse ser que se alimenta da fragilidade e da vulnerabilidade dos outros, usando os objectos técnicos como formas de imposição ou disseminação de poder. E lembro-me constantemente de um ícone kubrickiano (2001: Odisseia no Espaço): um primata que descobre num osso o poder de um objecto técnico, que não por acaso se cruza com a morte e a instauração de elementos "mundanos" - que se tornam parte do mundo. E a celebração de tudo isso, como um ultrapassar da sua própria condição.

4 Comments:

  • At 3:39 da tarde, Blogger Pedro said…

    Sem dúvida que o objecto técnico, enquanto prótese, resulta da nossa condição finita. Mas acontece uma circularidade problemática: o objecto, que nasce da nossa impossibilidade de atingir o desejado (que é outro relativamente ao objecto), possibilitando-nos a consumação, transforma-se, pelo seu encanto tecnológico, no desejado (o mesmo relativamente ao objecto), remetendo o fim inicial para um esquecimento que nos fecha numa curvatura sobre a tecnologia.

     
  • At 5:20 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    espero bem que isso seja verdade tá? porque senão ela um murro!!!

     
  • At 10:22 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    bb

     
  • At 8:17 da tarde, Blogger Flávia_B12 said…

    obrigada


    este artigo ajudou-me num trabalho de escola


    vou continuar a visitar o blog

     

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