levante

textos sem sentido e outros

sexta-feira, setembro 30, 2005

domingo, fonte santa

Entra-se pela Serra de Monchique, percorre-se um longo caminho por entre montes despidos, ribeiras secas e vestígios de incêndios. De quando em quando há casas velhas que se infiltram na paisagem, muitas delas decrépitas ou dissimuladas pela vegetação e pelo tempo (que é também uma espécie de vegetação). Encontra-se uma estrada estreitíssima que entra pelos montes e acompanha um inesperado fio verde. A estrada não acaba tão cedo mas decide-se ir a pé, acompanhando o pequeno ribeiro que corre fresco sob a sombra das árvores. A caminhada é longa e a certa altura íngreme. Ninguém, nenhum ruído estranho ao lugar. Pequenas cascatas. Terra húmida sob os pés.
Águas termais com diferentes sabores e temperaturas. Mais casas abandonadas onde antes se bailava e se vendiam sandes de presunto e copos de medronho. A presença secreta de familiares. Um lugar de recolhimento, por enquanto – há estacas no chão que indiciam a vontade que o homem tem de conquistar a natureza.