levante

textos sem sentido e outros

terça-feira, janeiro 13, 2004

Diário ficcionado de um algarvio longe do levante
23/12


O dia começa tarde, a noite e o escuro engolem o dia.
Mas por enquanto ainda há a luz reflectida na neve, um último foco que percorre as esquinas, o beiral dos telhados, as pegadas fundas das botas, das pernas, das pessoas, um último foco que acompanha o arranhar distante dos limpa-neves nas estradas onde os carros de pneus cardados derrapam e lutam e desistem e ficam a descansar sob um manto branco de paz.
Compro um cachecol, as pessoas compram prendas
(lojas – calor, ruas – frio. loja, rua, pessoas, loja, rua, loja, rua, pessoas, pessoas, loja, rua, tontura, vertigens, febre do frio, rua, loja, cachecol, pessoas, natal)
No coração da cidade o homem do trompete toca um Jingle Bells que rompe o frio do ar, e todos passam por ele, pela música, como se ambos já sempre existissem naquele lugar.