o homem do futuro V
Simplificação do Homem ou necessidade de o controlar?
O homem do futuro anunciará o advento de uma idade prometida, em que o individualismo se fundirá com o destino do mundo. Não será a idade dos deuses, ou pelo menos dos deuses transcendentes, será a idade dos "ídolos" -- reificados como o futuro da humanidade e como verdades possíveis, fortes e necessárias. A constatação da necessidade desta idade prometida surgirá após uma época de dessacralização radical, na qual as religiões serão submetidas ao jogo especulativo das bolsas e ao marketing publicitário. Essa época de dessacralização será seguida da instauração política dos ídolos (nem Paulo nem Mussolini, mas qualquer outro anúncio de verdade que não se esgota em Deus ou na Pátria), decisão tomada pelo organismo que reunirá as diversas nações do mundo (que entretanto se esfumaram linguística e culturalmente, mas que mantiveram grande parte das suas fronteiras físicas e económicas, de forma a alimentar os detentores do poder local).
O homem do futuro cultivará os seus ídolos de acordo com as exigências da época, de acordo com a velocidade rígida de um mundo com novas categorias espácio-temporais e epistemológicas (o Renascimento primitivo, ainda bastante tocado pela magia e pelo enigma, será recuperado e readaptado aos novos ídolos). O neo-Renascimento respirará ares apocalípticos e fomentará no homem do futuro a serenidade de quem sabe que a existência tem um sentido individual, ainda que trespassado de verdades idolátricas e, portanto, ilusórias.
1 Comments:
At 1:43 da manhã, Anónimo said…
Esse renascimento como "Eterno Retorno",ou esses ídolos como o homem novo, feitos super-homens ou homens sub-menos como afirmou Hannah Arendt?
abraço amigo.João...
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