quinta-feira, junho 28, 2007
sexta-feira, junho 22, 2007
histórias realmente curtas - 6
sábado, junho 16, 2007
histórias realmente curtas - 5
domingo, junho 10, 2007
histórias realmente curtas - 4
sábado, junho 09, 2007
histórias realmente curtas - 3
Adulto: quantos anos tens?
Criança: estes. (levantando três dedos) E tu?
Adulto: eu tenho mais, mais do que os dedos das mãos. Tenho muitos dedos.
Criança: Uhm…?
Adulto armado aos cucos: Se os meus dedos são maiores sou mais velho que tu. Olha. (levantando o dedo indicador)
Criança: Uhm… (compara o seu dedo com o do adulto e aceita)
Adulto: o que importa é o tamanho dos dedos.
Criança: (põe-se em pé na cadeira, levanta o braço direito e espeta o indicador em direcção ao tecto) Sou mais velho que tu!
segunda-feira, junho 04, 2007
reler, relembrar
"Também a arte dionisíaca nos quer convencer da eterna alegria que está ligada à existência; somente não devemos procurar esta alegria nas aparências, mas atrás das aparências. Devemos reconhecer que tudo quanto nasce deve estar pronto para um doloroso declínio, que somos forçados a mergulhar os nossos olhos no aspecto horrível da existência individual – e no entanto o terror não nos deve gelar: uma consolação metafísica arranca-nos momentaneamente à engrenagem das migrações efémeras. Somos verdadeiramente, por curtos instantes, a própria essência primordial, e sentimos o desejo e a alegria inesperada da existência; a luta, a tortura, o aniquilamento das aparências nos parecem de ora avante como necessárias, em frente da intemperante profusão de inumeráveis formas de vida que se chocam e se comprimem, na presença da fecundidade superabundante da Vontade universal. O aguilhão furioso destes tormentos vem ferir-nos no próprio momento em que nos sentimos, de algum modo, identificados com a imensurável alegria primordial da existência, onde pressentimos, no êxtase dionisíaco, a imutabilidade e a eternidade desta alegria. A despeito da piedade, gozamos a felicidade de viver, não quando indivíduos mas quando confundidos e absolvidos na alegria criadora da vida total, única."
domingo, junho 03, 2007
intertextualidades
Muita segóvia batem estes almas do diabo
no escuro da cama
lépidas mãos sob a coberta os solitários
mas eu que os via e fui deles parte peço
piedade quanta haja para quem
deixou a mulher longe piedade para as fotos
desnudas os calendários sexy peço um pouco
de piedade isto chama-se Nambuangongo
não podendo ser de outro modo o que fazem no escuro
ocultam nas cartas como se quisessem deixar antes dito
sabes lá tu o amor
piedade para o desvio natural para a garganta
seca depois da emboscada
sul cuor della terra (Quasimodo)
ognuno sta solo sul cuor della terra
naquele terceto ao pôr-do-sol
os solitários da segóvia da mata
Poema de Fernando Assis Pacheco escrito em 1973, in Lote de Salvados (incluído na antologia A Musa Irregular)